O BODE
SERTANEJO
O berro do bode de nhá Josefina
Faz-se ouvir na alta campina
Mesmo penoso, não desafina.
É tempo de seca e a fome se aproxima.
Homem, mulher, menino e menina
Abatidos, cansados e sem autoestima
Enfrentam a seca olhando pra cima.
Buscam um sinal: a mudança do clima.
É chuva que vem e molha a colina,
Enche poço, açude e piscina.
O solo floresce o homem se anima.
O sertão, ora feio, lição nos ensina.
Sofrimento, lamento, passemos por cima.
A chuva que cai, a seca dizima.
O berro do bode de nhá Josefina
Anuncia a chuva que molha a colina.
Autora do texto: Professora Afra de Souza Lira Euclides da Cunha-BA., 10/06/2012.
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