sábado, 14 de setembro de 2013

OS CUPINS E LUME: O VAGA-LUME





 

  OS CUPINS E LUME: O VAGA-LUME
Todas as noites um vaga-lume sobrevoa, livremente, a floresta ou outros lugares onde há vegetação. Seu “pisca-pisca” reflete um lindo brilho cintilante como as estrelas.
Geralmente, são dezenas que se concentram formando um espetáculo esplendoroso. Aquelas luzinhas enfeitam e dão mais colorido às noites tornando-as mais belas.
Embora sejam pequenininhos, são capazes de fazer inveja à lua e às estrelas, porque elas estão no céu paradas, estáticas, enquanto eles voam, voam, voam..., suavemente com total liberdade, batendo suas asas se deixando admirar pelos astros e pelos imortais poetas.
Adoram passear e, às vezes, enfrentam perigos. Podem ser capturados por sapos, rãs, lagartixas e até levados pelos ventos fortes para lugares distantes.
Foi o que aconteceu com Lume. Um vendaval o carregou para um lugar bem longe. Por mais que lutasse contra aquele vento forte, Lume não conseguia libertar-se. Batia suas asas rapidamente até cansar. Ficou exausto, desesperado sem saber onde iria parar. Coitado! Estava impotente diante da fúria do vento que não cessava. Aquele momento parecia uma eternidade. Veio o medo, a solidão, a luta, a incerteza. Tudo parecia um pesadelo que não chegava ao fim.
De repente, foi jogado contra uma árvore. Ficou atordoado por alguns instantes, até que respirou fundo e se equilibrou. Caminhou vagarosamente. Lume viu alguns insetos transitando por aquela árvore, num vaivém incansável e constante. Eram cupins que ali habitavam.
Lume contou sua história e logo foi convidado para descansar no cupinzeiro. Ele aceitou e dormiu tranquilamente o resto da noite. Como Lume iluminara a casa dos cupins, foi convidado a morar com eles. Lume aceitou e logo se firmou, entre eles, uma grande amizade.
Porém, em troca da hospedagem, o vaga-lume teria que se adaptar aos costumes dos cupins. Lume aceitou. Afinal fora acolhido e ali morava gratuitamente estabelecendo-se, assim, uma relação de interdependência.
Tudo parecia muito bem. O clima era harmonioso e todos trabalhavam em equipe. Entretanto, o vaga-lume tinha algo que despertou inveja nos cupins: a luz que, à noite, iluminava aquele ambiente.
Certo dia, Lume saiu para passear; dar umas voltinhas por aquelas mediações. Procurou não ir muito longe. Enquanto isso, os cupins se reuniram para exigir que Lume os ensinasse como adquirir uma luzinha semelhante à dele. E nessa assembleia concluíram que, se Lume se recusasse, eles o expulsariam e ainda o obrigaria a comer uma substância produzida pelos cupins, a qual é altamente ofensiva para os vaga-lumes.
Lume de nada sabia; quando chegou ao cupinzeiro encontrou uma revolução. Todos os seus “amigos” queriam que ele lhes dissesse como conseguira aquela luz. Ele explicou que nascera assim. Porém, os cupins revoltados, não acreditaram. E, por conta da inveja, mandaram Lume ir embora em plena noite escura. Ele acendeu seu “pisca-pisca” e saiu voando em liberdade pela floresta.
Moral: quem nasceu para cupim, nunca chega a vaga-lume.
Autora do texto: Afra de Souza Lira.
Graduada em Letras;
Pós-graduada em Língua, Linguística e Literatura.
Fonte da imagem: Internet.
Euclides da Cunha-BA. Em 14/09/2013.

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