quinta-feira, 12 de julho de 2012

A BAILARINA


           

 A BAILARINA



              Era uma vez uma linda garota que sonhava em ser uma grande e famosa bailarina, mas, seus pais não tinham condições de comprar os acessórios que a filha tanto desejava usar quando fosse participar de alguma apresentação.
            Sempre que podia, a mãe levava a menina para passear. Um dia, quando olhavam as vitrines, lá estavam a amostra de vestidos, sapatilhas e todos os adornos que a garota sonhava em possuir. Viajando pelo mundo da imaginação, sua cabecinha se povoava de fantásticas fantasias e já se via envolvida no mundo da fama.
            Todas as vezes que passava por aquela loja, a garota suspirava de emoção e cultivava o desejo de ver seu sonho realizado. Lá continuavam, impecavelmente, em cabides, o vestido, as sapatilhas e tudo quanto era necessário para que ela usasse nas apresentações.
            Seu passatempo favorito era observar aquela vitrine para admirar o belíssimo vestido de renda rosa, bordado com muito requinte. Parecia uma obra de arte que fascinava cada vez mais a garota. As sapatilhas eram confeccionadas com o mesmo material do vestido e tinham pedrinhas reluzentes como se fossem pepitas de diamantes.
            Com o passar do tempo a dona da loja começou a observar o comportamento da garota e a constante frequência com que ela ia ver a vitrine. Percebeu que o olhar daquela criança fixava-se apenas no vestido e nas sapatilhas de bailarina. Seus olhinhos brilhavam como duas esmeraldas “denunciando” seu contentamento e o prazer de, mais uma vez, poder contemplar aquelas peças.
            Mas como comprá-las se não tinha dinheiro? O salário do pai mal dava para as despesas da casa. Seus olhinhos encheram-se de lágrimas, pois sabia que seu sonho era impossível de ser realizado. E, logo pensou: “não vou mais continuar estudando balé no morro. De que adianta tantos ensaios e dedicação se nunca vou poder usar esse vestido e essas sapatilhas”?
            Seus sonhos estavam desmoronando! Tantas horas dedicadas aos ensaios! E a disciplina? E todos os testes que havia feito para ingressar na escola de balé? Para ela, seus esforços foram em vão porque tinha abdicado de muitas coisas para se dedicar, exclusivamente, ao balé e, quem sabe, um dia, dançar no Teatro Municipal. Pensava em proporcionar à família uma vida melhor e até se mudar daquele casebre.
            De repente a garota pensou: “não vou frustrar meus sonhos”! Mudou de ideia e prometeu a si mesma que iria se dedicar aos estudos e se formar, como também não desistiria do balé. Ela entendeu que seus sonhos um dia seriam realizados e que, tanto o vestido como as sapatilhas, eram encantamento de criança e que quando crescesse, iria ter vários para se apresentar pelo mundo afora.
            Moral: não desista de seus sonhos!
Autora do texto: Professora Afra de Souza Lira
Euclides da Cunha-BA.     12/07/2012.


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