sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CLARA - A PRINCESA ILUMINADA



                         

                            

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CLARA – A PRINCESA ILUMINADA
Era uma vez uma linda princesa que morava em um castelo encantado, no Mundo da Fantasia. Era alegre, comunicativa e muito brincalhona. Tinha grandes habilidades e sentia prazer em tudo o que fazia.
Sua mãe também era muito bondosa e gostava de ajudar às pessoas carentes. Os criados gostavam de trabalhar ali no castelo porque eram bem tratados, principalmente, por Clara que cativava a todos com seu amor e carinho.
Aquela família vivia em perfeita harmonia. Mãe e filha sempre estavam juntas e não havia segredos entre elas. Eram duas amigas inseparáveis.
Passeavam na charrete real quase todos os dias e, quando iam às compras, sugeriam, opinavam, trocavam ideias e acabavam concordando uma com a outra.
Certa vez a mãe de Clara resolveu promover uma festa no palácio para comemorar o aniversário da princesa. Foram convidados os príncipes dos reinos de todas as regiões. Aquela festa ficou marcada na história. Havia uma orquestra, comida e bebida à vontade, muitos empregados para servirem aos convidados, além de outros que estavam empenhados de cuidar das carruagens dos visitantes.
O castelo, muito luxuoso, estava impecável. Aquela era, de fato, uma festa digna para uma princesa tão especial. Tudo foi preparado com capricho. Nada podia dar errado. E, assim, aconteceu.
A orquestra tocava enquanto Clara descia as escadarias e, todos parados, olhavam apenas para a princesa que estava mais linda do nunca. Os convidados ficaram deslumbrados ao vê-la tão autêntica e charmosa.
Usava um vestido longo com pepitas de diamante; as joias combinavam com os adornos do vestido e os sapatos reluziam como prata. Na cabeça havia uma belíssima coroa que ornamentava o penteado, dando um toque especial aos cabelos loiros.
O baile começou. Os príncipes queriam dançar com a princesa que era a moça mais bela daquele reino. Ela, gentilmente, deu atenção a todos ostentando um largo sorriso durante todo o evento. Tudo estava magnífico; a lua iluminava os jardins enquanto as estrelas cintilavam no céu proporcionando mais brilho àquela noite especial.
A claridade da lua entrava pelas janelas transformando o ambiente em um lugar mágico. Mas, nem mesmo o esplendor da lua e das estrelas foi capaz de ofuscar a beleza de Clara cuja feição era angelical.
Chegou o momento de cantar parabéns. Lá estava ela perto do bolo, cercada pelos amigos. Partiu o bolo e ofereceu a primeira fatia à mãe e companheira a qual amava muito. Recebeu vários presentes, inclusive, joias. Porém, o que ela mais gostou foi um cavalo branco que o príncipe Eduardo lhe ofertou. O animal já estava equipado com todos os acessórios necessários para a princesa cavalgar.
O baile continuou bastante animado, mas, como a noite estava quente, de vez em quando algum convidado saía até o jardim para tomar ar fresco. Os leques das senhoras e das senhoritas não davam conta de amenizar o calor. Lá fora a brisa soprava suavemente tornando o clima mais agradável.
Enquanto isso, o príncipe Eduardo não parava de olhar para Clara. Seu desejo era aproximar-se dela e fazer-lhe uma declaração de amor. Então tomou uma decisão: convidou-a para dançar. Ela aceitou e dançaram seguidos pelos olhares dos que ali estavam presentes. Conversaram sobre diversos assuntos e marcaram um passeio a cavalo o qual se realizaria na semana seguinte.
Porém, Mara, uma das amigas, ao ver a felicidade do casal, sentiu inveja e imediatamente arquitetou uma ideia para pôr fim naquela alegria. Dentro de seu coração gerou ciúme, ressentimento e maldade. Queria vingar-se a qualquer custo, pois o egoísmo dominava o seu ser. Fingiu alegria, contentamento e prazer, mas por dentro estava se corroendo de raiva. Deseja estar no lugar da princesa Clara dançando com Eduardo, sentindo o seu cheiro e o calor de seus braços. Já sonhava e fazia planos para o futuro. Seus pensamentos maquinavam uma maneira de se aproximar de Eduardo e, se necessário, acabar com a vida de Clara.
Já era tarde. A festa chegara ao fim. Os convidados se despediam agradecidos e teciam elogios pela magnitude daquele aniversário. Eram tantos beijinhos e abraços que a princesa ficou cansada. Mara foi a última pessoa a despedir-se; fingindo estar feliz, convidou Clara para passearem a cavalo. Inocentemente, a princesa deixou escapar que já havia programado esse passeio com Eduardo. Mara ouviu quando o príncipe convidou a princesa, mas fez de conta que de nada sabia. Ofereceu-se para cavalgarem juntos argumentando que o passeio seria mais divertido e que poderiam até se distanciarem mais um pouco do palácio. Afinal, não ficava bem Clara sair sozinha com Eduardo ou na companhia de uma serva.
Clara concordou: - é verdade.
- Então podemos fazer um piquenique. Disse Mara. E continuou: será uma surpresa para Eduardo. Ele vai gostar!
- Tenho certeza de que ele ficará feliz. Concordou Clara. Vou mandar preparar uma cesta recheada de saborosos quitutes, doces e frutas.
Mara responde: - Eu também levarei uma cesta com bolos, sucos e água fresquinha.
A princesa aprova e declara: excelente! Você tem razão. Esse passeio será ótimo para todos nós.
- Ótimo e marcante. Você verá. Confessa Mara.
O tempo foi passando tranquilamente. Clara pensava em Eduardo, ele não se esquecia de Clara. Ambos estavam ansiosos para o grande dia chegar, pois o que mais queriam era um reencontro. Um sonhava com o outro; os corações palpitavam de emoção e aquele amor havia mudado a rotina do casal. Estavam completamente apaixonados a ponto de não pensarem em outra coisa, a não ser nesse passeio. Suspiravam de felicidade!
Enquanto isso, Mara resolveu pôr em prática o plano que arquitetara para acabar com a vida de Clara. Foi à casa de uma feiticeira e encomendou uma substância venenosa. A feiticeira cobrou caro pelo serviço e ainda deu garantia dizendo que aquela poção era muito eficiente e que jamais havia falhado. Recomendou que fosse colocada em um líquido qualquer e desse à pessoa para beber. E acrescentou afirmando que não havia antídoto para reverter o efeito da fórmula.
Mara, após receber as instruções, saiu para sua casa radiante de alegria. Pensava: - felizmente vou tirar Clara de meu caminho e Eduardo será meu para sempre! Seu egoísmo e obsessão eram tão mesquinhos que ficava contando os dias para executar seu plano.
Finalmente o dia do passeio chegou. Eduardo montava num cavalo preto que contrastava com seu uniforme branco. Usava chapéu e botas de cano longo. As esporas, douradas, brilhavam com aquele lindo sol de primavera. No peito do cavalo tinha um adorno prateado com o brasão da família.
O cavalo de Mara também estava muito luxuoso. Era um animal branco com lindas manchas pretas. A cela era confeccionada em veludo vermelho e os estribos dourados. Ela usava um lindo vestido azul, longo, bordado, bem cinturado e com ampla saia rodada que chegava aos pés. A gola tinha um leve decote contornado com fita de cetim, combinando com o chapéu. Naquela época as mulheres não usam trajes específicos para a montaria.
Já Clara, preferiu cavalgar no cavalo que ganhara de Eduardo, por ocasião do aniversário. Era um animal elegante, imponente, altivo que se destacava sobre os demais, tanto pelo seu porte e beleza, como pelo luxo, tendo em vista que Eduardo escolheu, com exclusividade, cada acessório, pois pensava em agradar a princesa. Não fez economia. Mandou confeccionar as peças e esculpir cada uma, em alto relevo, a letra “C” (inicial do nome Clara). Parece que já era um prenúncio daquele amor.
O cavalo foi arrumado conforme estava no dia que ganhara. Ela, porém, escolheu pessoalmente o vestido que iria usar naquele passeio tão esperado. Preferiu um vestido vermelho com bordados dourados no corpo e na roda da saia. Fez uma trança nos cabelos, prendendo-a com um laço de fita. Calçou um sapato vermelho, meio salto, ornamentado com uma fivela dourada.
Passados alguns minutos, chegaram Eduardo e Mara. Os três se cumprimentaram e saíram sem hora para retornar. Antes, porém, Clara se despediu da mãe dando-lhe um beijo na face. A mãe retribuiu e abençoou a filha.
Tudo parecia tranquilo. O sol brilhava entre as árvores e o vento refrescava, suavemente, o bosque por onde cavalgavam. À beira de um riacho, com águas cristalinas, pararam, banharam o rosto e escolheram o local do piquenique.
Sobre um gramado verdejante debaixo de uma árvore, foi aberta a toalha e ali arrumados os lanches. Eduardo chegou a colher um ramalhete de flores campestres e o ofereceu a Clara. Como aquele local estava todo florido as borboletas voavam e pousavam nas flores. Já os pássaros, cantavam alegremente como uma bela orquestra afinada.
Aquele cenário estava perfeito; de vez em quando Clara e Eduardo entreolhavam-se com ternura, deixando transparecer o amor que sentiam. O coração de Clara palpitava de felicidade e seu sorriso era doce e contagiante.
Essa cena fez com que a inveja de Mara aumentasse mais ainda. Ela acreditava que aquele era o momento oportuno para envenenar a princesa. Sem perder tempo se propôs a servir o lanche ao casal que conversava animadamente. Ela já havia trazido de sua casa a poção, dentro de um frasquinho e colocou no copo de suco que ofereceria a Clara. Em uma bandeja foram colocados os três copos com suco. O plano de Mara era servir pessoalmente, pois ela sabia, pela posição em que arrumara os copos, qual o que continha o veneno.
Porém, Eduardo, como um cavalheiro, pegou a bandeja, serviu primeiramente as damas e, finalmente pegou o último copo para brindarem. Quando movimentou a bandeja, não foi mais possível identificar o copo que continha o suco envenenado. O casal não desconfiava de nada e Mara não demonstrou qualquer arrependimento ou preocupação. Ela estava risonha esperando que a substância fizesse o efeito desejado e Clara morresse ali mesmo.
Entretanto, depois de alguns minutos, Mara começou a passar mal, vindo a falecer ali, em poucos minutos. Clara ficou desesperada ao ver a “amiga” agonizante. Porém, antes de morrer, Mara confessou tudo o que havia planejado e ainda amaldiçoou o amor de Clara e Eduardo.
Esse episódio contribuiu para aproximá-los cada vez mais, pois o amor se fortalecia com maior intensidade. Ninguém poderia afastá-los. Era um amor eterno em que um não podia mais viver sem o outro. Assim, resolveram consolidar a união, marcando o casamento para o verão. A festa foi de raríssima beleza. Eduardo e Clara tiveram três filhos: Alfredo, Conrado, Juliete e todos foram felizes para sempre.
Autora do texto: Afra de Souza Lira
Graduada em Letras; Pós-graduada em Língua, Linguística e Literatura.
Fonte da imagem: Internet
Texto dedicado a minha filha, genro e netos. (Enredo e nomes fictícios)
Euclides da Cunha-BA. Em 04/10/2013.


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