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CLARA
– A PRINCESA ILUMINADA
Era uma vez uma linda
princesa que morava em um castelo encantado, no Mundo da Fantasia. Era alegre,
comunicativa e muito brincalhona. Tinha grandes habilidades e sentia prazer em
tudo o que fazia.
Sua mãe também era
muito bondosa e gostava de ajudar às pessoas carentes. Os criados gostavam de
trabalhar ali no castelo porque eram bem tratados, principalmente, por Clara
que cativava a todos com seu amor e carinho.
Aquela famÃlia vivia em
perfeita harmonia. Mãe e filha sempre estavam juntas e não havia segredos entre
elas. Eram duas amigas inseparáveis.
Passeavam na charrete
real quase todos os dias e, quando iam às compras, sugeriam, opinavam, trocavam
ideias e acabavam concordando uma com a outra.
Certa vez a mãe de
Clara resolveu promover uma festa no palácio para comemorar o aniversário da
princesa. Foram convidados os prÃncipes dos reinos de todas as regiões. Aquela
festa ficou marcada na história. Havia uma orquestra, comida e bebida Ã
vontade, muitos empregados para servirem aos convidados, além de outros que
estavam empenhados de cuidar das carruagens dos visitantes.
O castelo, muito
luxuoso, estava impecável. Aquela era, de fato, uma festa digna para uma
princesa tão especial. Tudo foi preparado com capricho. Nada podia dar errado.
E, assim, aconteceu.
A orquestra tocava
enquanto Clara descia as escadarias e, todos parados, olhavam apenas para a
princesa que estava mais linda do nunca. Os convidados ficaram deslumbrados ao
vê-la tão autêntica e charmosa.
Usava um vestido longo
com pepitas de diamante; as joias combinavam com os adornos do vestido e os
sapatos reluziam como prata. Na cabeça havia uma belÃssima coroa que
ornamentava o penteado, dando um toque especial aos cabelos loiros.
O baile começou. Os
prÃncipes queriam dançar com a princesa que era a moça mais bela daquele reino.
Ela, gentilmente, deu atenção a todos ostentando um largo sorriso durante todo
o evento. Tudo estava magnÃfico; a lua iluminava os jardins enquanto as
estrelas cintilavam no céu proporcionando mais brilho àquela noite especial.
A claridade da lua
entrava pelas janelas transformando o ambiente em um lugar mágico. Mas, nem
mesmo o esplendor da lua e das estrelas foi capaz de ofuscar a beleza de Clara
cuja feição era angelical.
Chegou o momento de cantar
parabéns. Lá estava ela perto do bolo, cercada pelos amigos. Partiu o bolo e
ofereceu a primeira fatia à mãe e companheira a qual amava muito. Recebeu
vários presentes, inclusive, joias. Porém, o que ela mais gostou foi um cavalo
branco que o prÃncipe Eduardo lhe ofertou. O animal já estava equipado com
todos os acessórios necessários para a princesa cavalgar.
O baile continuou
bastante animado, mas, como a noite estava quente, de vez em quando algum
convidado saÃa até o jardim para tomar ar fresco. Os leques das senhoras e das
senhoritas não davam conta de amenizar o calor. Lá fora a brisa soprava
suavemente tornando o clima mais agradável.
Enquanto isso, o
prÃncipe Eduardo não parava de olhar para Clara. Seu desejo era aproximar-se
dela e fazer-lhe uma declaração de amor. Então tomou uma decisão: convidou-a
para dançar. Ela aceitou e dançaram seguidos pelos olhares dos que ali estavam
presentes. Conversaram sobre diversos assuntos e marcaram um passeio a cavalo o
qual se realizaria na semana seguinte.
Porém, Mara, uma das
amigas, ao ver a felicidade do casal, sentiu inveja e imediatamente arquitetou
uma ideia para pôr fim naquela alegria. Dentro de seu coração gerou ciúme,
ressentimento e maldade. Queria vingar-se a qualquer custo, pois o egoÃsmo dominava
o seu ser. Fingiu alegria, contentamento e prazer, mas por dentro estava se
corroendo de raiva. Deseja estar no lugar da princesa Clara dançando com
Eduardo, sentindo o seu cheiro e o calor de seus braços. Já sonhava e fazia
planos para o futuro. Seus pensamentos maquinavam uma maneira de se aproximar
de Eduardo e, se necessário, acabar com a vida de Clara.
Já era tarde. A festa
chegara ao fim. Os convidados se despediam agradecidos e teciam elogios pela
magnitude daquele aniversário. Eram tantos beijinhos e abraços que a princesa
ficou cansada. Mara foi a última pessoa a despedir-se; fingindo estar feliz,
convidou Clara para passearem a cavalo. Inocentemente, a princesa deixou
escapar que já havia programado esse passeio com Eduardo. Mara ouviu quando o
prÃncipe convidou a princesa, mas fez de conta que de nada sabia. Ofereceu-se
para cavalgarem juntos argumentando que o passeio seria mais divertido e que
poderiam até se distanciarem mais um pouco do palácio. Afinal, não ficava bem
Clara sair sozinha com Eduardo ou na companhia de uma serva.
Clara concordou: - é
verdade.
- Então podemos fazer
um piquenique. Disse Mara. E continuou: será uma surpresa para Eduardo. Ele vai
gostar!
- Tenho certeza de que
ele ficará feliz. Concordou Clara. Vou mandar preparar uma cesta recheada de
saborosos quitutes, doces e frutas.
Mara responde: - Eu
também levarei uma cesta com bolos, sucos e água fresquinha.
A princesa aprova e
declara: excelente! Você tem razão. Esse passeio será ótimo para todos nós.
- Ótimo e marcante.
Você verá. Confessa Mara.
O tempo foi passando
tranquilamente. Clara pensava em Eduardo, ele não se esquecia de Clara. Ambos
estavam ansiosos para o grande dia chegar, pois o que mais queriam era um
reencontro. Um sonhava com o outro; os corações palpitavam de emoção e aquele
amor havia mudado a rotina do casal. Estavam completamente apaixonados a ponto
de não pensarem em outra coisa, a não ser nesse passeio. Suspiravam de
felicidade!
Enquanto isso, Mara
resolveu pôr em prática o plano que arquitetara para acabar com a vida de
Clara. Foi à casa de uma feiticeira e encomendou uma substância venenosa. A
feiticeira cobrou caro pelo serviço e ainda deu garantia dizendo que aquela
poção era muito eficiente e que jamais havia falhado. Recomendou que fosse colocada
em um lÃquido qualquer e desse à pessoa para beber. E acrescentou afirmando que
não havia antÃdoto para reverter o efeito da fórmula.
Mara, após receber as
instruções, saiu para sua casa radiante de alegria. Pensava: - felizmente vou
tirar Clara de meu caminho e Eduardo será meu para sempre! Seu egoÃsmo e
obsessão eram tão mesquinhos que ficava contando os dias para executar seu
plano.
Finalmente o dia do
passeio chegou. Eduardo montava num cavalo preto que contrastava com seu
uniforme branco. Usava chapéu e botas de cano longo. As esporas, douradas,
brilhavam com aquele lindo sol de primavera. No peito do cavalo tinha um adorno
prateado com o brasão da famÃlia.
O cavalo de Mara também
estava muito luxuoso. Era um animal branco com lindas manchas pretas. A cela
era confeccionada em veludo vermelho e os estribos dourados. Ela usava um lindo
vestido azul, longo, bordado, bem cinturado e com ampla saia rodada que chegava
aos pés. A gola tinha um leve decote contornado com fita de cetim, combinando
com o chapéu. Naquela época as mulheres não usam trajes especÃficos para a
montaria.
Já Clara, preferiu
cavalgar no cavalo que ganhara de Eduardo, por ocasião do aniversário. Era um
animal elegante, imponente, altivo que se destacava sobre os demais, tanto pelo
seu porte e beleza, como pelo luxo, tendo em vista que Eduardo escolheu, com exclusividade,
cada acessório, pois pensava em agradar a princesa. Não fez economia. Mandou
confeccionar as peças e esculpir cada uma, em alto relevo, a letra “C” (inicial
do nome Clara). Parece que já era um prenúncio daquele amor.
O cavalo foi arrumado
conforme estava no dia que ganhara. Ela, porém, escolheu pessoalmente o vestido
que iria usar naquele passeio tão esperado. Preferiu um vestido vermelho com
bordados dourados no corpo e na roda da saia. Fez uma trança nos cabelos,
prendendo-a com um laço de fita. Calçou um sapato vermelho, meio salto,
ornamentado com uma fivela dourada.
Passados alguns
minutos, chegaram Eduardo e Mara. Os três se cumprimentaram e saÃram sem hora
para retornar. Antes, porém, Clara se despediu da mãe dando-lhe um beijo na
face. A mãe retribuiu e abençoou a filha.
Tudo parecia tranquilo.
O sol brilhava entre as árvores e o vento refrescava, suavemente, o bosque por
onde cavalgavam. À beira de um riacho, com águas cristalinas, pararam, banharam
o rosto e escolheram o local do piquenique.
Sobre um gramado
verdejante debaixo de uma árvore, foi aberta a toalha e ali arrumados os
lanches. Eduardo chegou a colher um ramalhete de flores campestres e o ofereceu
a Clara. Como aquele local estava todo florido as borboletas voavam e pousavam nas
flores. Já os pássaros, cantavam alegremente como uma bela orquestra afinada.
Aquele cenário estava
perfeito; de vez em quando Clara e Eduardo entreolhavam-se com ternura,
deixando transparecer o amor que sentiam. O coração de Clara palpitava de
felicidade e seu sorriso era doce e contagiante.
Essa cena fez com que a
inveja de Mara aumentasse mais ainda. Ela acreditava que aquele era o momento
oportuno para envenenar a princesa. Sem perder tempo se propôs a servir o
lanche ao casal que conversava animadamente. Ela já havia trazido de sua casa a
poção, dentro de um frasquinho e colocou no copo de suco que ofereceria a
Clara. Em uma bandeja foram colocados os três copos com suco. O plano de Mara
era servir pessoalmente, pois ela sabia, pela posição em que arrumara os copos,
qual o que continha o veneno.
Porém, Eduardo, como um
cavalheiro, pegou a bandeja, serviu primeiramente as damas e, finalmente pegou
o último copo para brindarem. Quando movimentou a bandeja, não foi mais
possÃvel identificar o copo que continha o suco envenenado. O casal não
desconfiava de nada e Mara não demonstrou qualquer arrependimento ou
preocupação. Ela estava risonha esperando que a substância fizesse o efeito
desejado e Clara morresse ali mesmo.
Entretanto, depois de
alguns minutos, Mara começou a passar mal, vindo a falecer ali, em poucos
minutos. Clara ficou desesperada ao ver a “amiga” agonizante. Porém, antes de
morrer, Mara confessou tudo o que havia planejado e ainda amaldiçoou o amor de
Clara e Eduardo.
Esse episódio contribuiu
para aproximá-los cada vez mais, pois o amor se fortalecia com maior
intensidade. Ninguém poderia afastá-los. Era um amor eterno em que um não podia
mais viver sem o outro. Assim, resolveram consolidar a união, marcando o
casamento para o verão. A festa foi de rarÃssima beleza. Eduardo e Clara
tiveram três filhos: Alfredo, Conrado, Juliete e todos foram felizes para
sempre.
Autora do texto: Afra
de Souza Lira
Graduada em Letras;
Pós-graduada em LÃngua, LinguÃstica e Literatura.
Fonte da imagem:
Internet
Texto dedicado a minha
filha, genro e netos. (Enredo e nomes fictÃcios)
Euclides da Cunha-BA. Em
04/10/2013.
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