quarta-feira, 6 de março de 2013

Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala





PIOR DO QUE A VOZ QUE CALA, É UM SILÊNCIO QUE FALA.
            Essa mensagem de Martha Medeiros foi postada no mural do meu facebook e despertou a minha atenção pela sua profundidade que eu abracei como o ponto de partida para refletirmos acerca dos nossos sentimentos e das nossas ações. Encantada com tão sábias palavras, senti-me motivada a tentar argumentar e, por que não dizer, questionar sobre os grandes traços filosóficos que permeiam a pequena mensagem. Quando me reporto em dizer pequena mensagem é pelo simples fato do tamanho e, não pela imensurável relevância do conteúdo que expressa no seu teor.
            A voz que cala fica presa à garganta talvez para que não falemos o que traduzem as nossas emoções naquele momento em que somos forçados a desabafar ou revidar algo que ouvimos ou disseram a nosso respeito, provavelmente, com o intuito de instigar o “instinto selvagem” que o ser humano sensato prefere deixar adormecido a ter que despertá-lo. Essa sensatez ou tolerância é a prudência que interfere em nossa consciência para que não sejamos induzidos e, quiçá, influenciados por tudo que nossa mente capta para, em seguida, lançar fora em forma de palavras ferinas e felinas.
Devido a sua complexidade, estamos diante de uma “forquilha” em que urge a necessidade de pensar, repensar, ponderar e meditar sobre “voz que cala e silêncio que fala”. Por que a voz cala e o silêncio fala? De que forma o silêncio pode falar? Qual o sentimento que se expressa nesse silêncio que fala? O que leva o silêncio a falar? Seria o choro? As lágrimas que escorrem pelos olhos? A angústia que se cravou nesse coração amargurado? O que, de fato, será? Seriam palavras torpes e vãs direcionadas a alguém? Esse alguém que foi “humilhado e desprezado” preferiu silenciar-se.  Por quê? São tantos os questionamentos que nos remete a refletir sobre nossas atitudes, a forma como nos reportarmos a alguém para falar algo. A nossa fala impensada reflete como um som de trovão nos ouvidos estourando os tímpanos da pessoa que simplesmente resolveu calar-se.
O silêncio que fala é como um espelho que reflete no semblante silencioso as marcas das palavras que não foram ditas. Esse silêncio incomoda a quem falou o que não deveria ter falado. Esse silêncio vale mais do que infinitas palavras porque ele trilha o caminho da consciência, tanto do falar, como do calar-se. Ou seja, quem falou, sofrerá as consequências de uma consciência intranquila, pesada. Quem se calou, dorme o sono com os anjos. Sono de paz! Segundo o livro de provérbios, cap. 15:14: “O coração sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia”.
Portanto, é pertinente afirmar que o sábio busca o silêncio e é nessa busca que ele encontra discernimento. Discernir o “certo” do “errado” não é privilégio para todos. Somente o ser sensível tem capacidade e virtude para ponderar e seguir em frente conquistando grandes vitórias. Nesse contexto, sabedoria gera discernimento, que gera virtude, que, por sua vez, geram conquistas e vitórias.  Tal círculo me instiga a dizer: sejamos sábios e não tolos!
Atividade: promover discussão em grupos.
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Obrigada!
Professora Afra de Souza Lira.
Graduada em Letras.
Pós-graduada em Língua, Linguística e Literatura.
Euclides da Cunha-BA., 02 de março de 2013

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