PIOR
DO QUE A VOZ QUE CALA, É UM SILÊNCIO QUE FALA.
Essa mensagem de
Martha Medeiros foi postada no mural do meu facebook e despertou a minha
atenção pela sua profundidade que eu abracei como o ponto de partida para refletirmos
acerca dos nossos sentimentos e das nossas ações. Encantada com tão sábias
palavras, senti-me motivada a tentar argumentar e, por que não dizer,
questionar sobre os grandes traços filosóficos que permeiam a pequena mensagem.
Quando me reporto em dizer pequena mensagem é pelo simples fato do tamanho e,
não pela imensurável relevância do conteúdo que expressa no seu teor.
A voz que cala fica presa à garganta talvez para que não falemos
o que traduzem as nossas emoções naquele momento em que somos forçados a desabafar
ou revidar algo que ouvimos ou disseram a nosso respeito, provavelmente, com o
intuito de instigar o “instinto selvagem” que o ser humano sensato prefere
deixar adormecido a ter que despertá-lo. Essa sensatez ou tolerância é a
prudência que interfere em nossa consciência para que não sejamos induzidos e,
quiçá, influenciados por tudo que nossa mente capta para, em seguida, lançar
fora em forma de palavras ferinas e felinas.
Devido
a sua complexidade, estamos diante de uma “forquilha” em que urge a necessidade
de pensar, repensar, ponderar e meditar sobre “voz que cala e silêncio que fala”. Por que a voz cala e o silêncio
fala? De que forma o silêncio pode falar? Qual o sentimento que se expressa
nesse silêncio que fala? O que leva o silêncio a falar? Seria o choro? As
lágrimas que escorrem pelos olhos? A angústia que se cravou nesse coração
amargurado? O que, de fato, será? Seriam palavras torpes e vãs direcionadas a
alguém? Esse alguém que foi “humilhado e desprezado” preferiu silenciar-se. Por quê? São tantos os questionamentos que
nos remete a refletir sobre nossas atitudes, a forma como nos reportarmos a
alguém para falar algo. A nossa fala impensada reflete como um som de trovão nos
ouvidos estourando os tÃmpanos da pessoa que simplesmente resolveu calar-se.
O
silêncio que fala é como um espelho que reflete no semblante silencioso as marcas
das palavras que não foram ditas. Esse silêncio incomoda a quem falou o que não
deveria ter falado. Esse silêncio vale mais do que infinitas palavras porque
ele trilha o caminho da consciência, tanto do falar, como do calar-se. Ou seja,
quem falou, sofrerá as consequências de uma consciência intranquila, pesada.
Quem se calou, dorme o sono com os anjos. Sono de paz! Segundo o livro de
provérbios, cap. 15:14: “O coração sábio buscará o conhecimento, mas
a boca dos tolos se apascentará de estultÃcia”.
Portanto,
é pertinente afirmar que o sábio busca o silêncio e é nessa busca que ele
encontra discernimento. Discernir o “certo” do “errado” não é privilégio para
todos. Somente o ser sensÃvel tem capacidade e virtude para ponderar e seguir
em frente conquistando grandes vitórias. Nesse contexto, sabedoria gera
discernimento, que gera virtude, que, por sua vez, geram conquistas e
vitórias. Tal cÃrculo me instiga a
dizer: sejamos sábios e não tolos!
Atividade:
promover discussão em grupos.
Deixe seu comentário.
Obrigada!
Professora
Afra de Souza Lira.
Graduada
em Letras.
Pós-graduada
em LÃngua, LinguÃstica e Literatura.
Euclides da
Cunha-BA., 02 de março de 2013
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