terça-feira, 26 de novembro de 2013

A RAINHA DE SABÁ

A RAINHA DE SABÁ
Texto base: 1 Reis 10:1-13 (Observação: o mesmo texto encontra-se em 2 Crônicas 9:1-12)
10 A rainha de Sabá ouviu falar da fama de Salomão e foi até Jerusalém a fim de pô-lo à prova com perguntas difíceis. 2 Ela chegou com um grande grupo de servidores e também com camelos carregados de especiarias, pedras preciosas e uma grande quantidade de ouro. Quando se encontrou com Salomão, ela lhe fez todas as perguntas que pôde imaginar. 3 Ele respondeu a todas; não houve nenhuma que fosse difícil demais para ele responder. 4 A rainha de Sabá ouviu a sabedoria de Salomão e viu o palácio que ele havia construído. 5 Ela viu a comida que era servida na mesa dele, viu os apartamentos dos seus altos funcionários, a organização do pessoal que trabalhava no palácio e os uniformes que eles usavam. Viu os empregados que o serviam nas festas e os sacrifícios que ele oferecia no Templo. Isso tudo a deixou de boca aberta e muito admirada. 6 Então ela disse ao rei Salomão:
- Tudo aquilo que eu ouvi no meu país a respeito de você e de sua sabedoria e, de fato, verdade. 7 Porém eu não pude acreditar até que vim e vi com os meus próprios olhos. Acontece que não tinham me contado nem a metade. A sua sabedoria e a sua riqueza são muito maiores do que ouvi dizer. 8 Como são felizes as suas esposas! Que sorte têm os seus servidores, que estão sempre ao seu lado e têm o privilégio de ouvir os seus sábios provérbios! 9 Bendito seja o SENHOR, seu Deus, que ficou tão contente com você, que o tornou rei de Israel! O amor dele por Israel é eterno; por isso, ele o tornou rei de Israel, para que você possa manter a lei e a justiça. 10 Ela entregou ao rei os presentes que havia trazido: mais de quatro mil quilos de ouro e uma grande quantidade de especiarias e pedras preciosas. Nunca mais veio uma quantidade tão grande de especiarias como a que a rainha de Sabá deu a Salomão. 11 (Os navios de Hirão, que haviam trazido ouro da terra de Ofir, também trouxeram de lá uma grande quantidade de madeira de sândalos e pedras preciosas. 12 Salomão usou a madeira para fazer corrimãos para o Templo e para o palácio e também fez harpas e liras para os músicos. Foi a primeira vez que se viu essa madeira em Israel, e até hoje nunca mais se viu ali madeira igual àquela). 13 o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela quis e pediu, além de todos os outros presentes de costume. Então a rainha e os seus servidores voltaram para Sabá, a sua terra.
Comentários:
A fama do rei Salomão havia se espalhado pelo mundo inteiro e a rainha de Sabá veio pôr à prova a sabedoria dele. A Bíblia Sagrada nos diz: “Provai e vede que o SENHOR é bom”. Isso equivale dizer que não é provar através de troca de “favores” ou bênçãos. Não é, simplesmente, fazer um “teste” com Deus. É, sobretudo, experimentar a essência do seu amor. Quem se apaixona por Deus, não quer sair de sua presença porque experimenta o melhor da vida. Só há comunhão com Deus quando o espírito do homem está interligado ao Espírito de Deus.
Sabá ficava na região sudoeste da península arábica (península= região cercada de água por todos os lados, menos um lado, que é terra). A viagem durou 75 dias, andando cerca de 30 quilômetros por dia. A distância entre Sabá e Jerusalém era de 2 mil quilômetros. Nesse percurso, foram utilizados camelos como meio de transporte, por serem animais resistentes à seca. Eles bebem por vez 100 litros de água e podem passa até três semanas sem ingerir água.
A Bíblia Sagrada nos informa que a rainha era muito observadora e curiosa. Viu toda a organização que havia no palácio de Salomão e se agradou de tudo. Examinando as Escrituras, não consta o seu nome, as suas características físicas, mas sabemos que ela ficou maravilhada com tudo o que ouviu do rei Salomão, a ponto de desmaiar; “ficou como fora de si” (2 Crônicas 4).
Podemos imaginar, à luz das Escrituras, que a rainha tinha uma beleza interior e que procurou Salomão para adquirir sabedoria. Ela não mediu esforços quando decidiu realizar essa viagem tão longa. Como é sabido, naquela época ainda não havia aviões tendo como únicos meios de transporte camelos e jumentos. Como morava em uma península, não teria como realizar a viagem através de embarcações porque a localidade não dava acesso a Jerusalém. Mas, mesmo assim, nada impediu que a rainha fosse à busca da “Sabedoria”.
A rainha confessou ao rei Salomão:
- “Tudo aquilo que ouvi no meu país a respeito de você e da sua sabedoria e, de fato, verdade. Porém eu não pude acreditar até que vim e vi com os meus próprios olhos. Acontece que não tinham me contado nem a metade.”
Fica evidenciado que a rainha de Sabá é um exemplo de mulher guerreira, forte, corajosa... É desse modelo de pessoa que a Igreja precisa: pessoas que sejam atuantes na obra do SENHOR; pessoas diligentes que busquem sabedoria para expandir o Evangelho com boa vontade. Naquela época ainda não havia nenhum meio de comunicação. As notícias circulavam através dos viajantes que viam e divulgavam por onde passavam. A rainha afirma que “ouviu falar” e resolve viaja para ter certeza de que Salomão era, realmente, o que o povo falava. Ela viu que ele era tudo aquilo e muito mais.
Podemos imaginar aquela caravana enfrentando situações de risco no percurso da longa jornada até chegar a Jerusalém. Poderia sofrer ataques de animais, salteadores, inimigos que guerreavam de tempos em tempos e até mesmo algum fenômeno da natureza.
Vários pensamentos devem se passado pela mente da rainha sobre Israel. País desconhecido, seus costumes, tradições, crenças e tantas outras coisas. Mas, o maior pensamento centralizava-se na figura de Salomão e de sua sabedoria. Quando ela mesma afirmou que precisou ver para crer, não faz essa declaração como aconteceu com o apóstolo Tomé, por ocasião da aparição de Jesus, após a sua ressurreição. Tomé expressa sua incredulidade no livro de João 20:25 a 29. A rainha deixa claro que sua ida a Jerusalém era, justamente, para conhecer e ter um contato maior com Salomão e aprender seus ensinamentos que são a base para a sabedoria. Evidencia que ela pretendia aplicar aqueles ensinamentos em seu país, conforme diz o Salmo 33:12 “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor.”
Percebemos que a rainha de Sabá, ainda exalta e enaltece o Deus de Israel reconhecendo sua soberania. O Salmo 96:3 diz: “Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos, as suas maravilhas”. O salmista convida toda a terra e nações para louvar ao SENHOR. A rainha ouviu falar sobre a sabedoria de Salomão que já havia se espalhado por várias nações. Destemida e determinada, ela toma atitudes de uma mulher virtuosa e verdadeira cristã.
Jó 42: 5 diz para Deus: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos.” Com a rainha de Sabá aconteceu praticamente a mesma coisa: ela ouviu falar sobre Salomão e foi ao encontro dele com o desejo de aprender o que ainda não sabia. Ela ficou face a face com ele, que respondeu tudo quanto a rainha quis saber. Assim deve acontecer com um cristão, com a Igreja: buscar o Senhor enquanto se pode achar; ter sabedoria para aprender a Palavra porque ela é luz para os nossos pés e lâmpada para o nosso caminho.
Precisamos conhecer a Deus; discernir os seus propósitos para nossas vidas; tomar posse das bênçãos; disponibilizar de tempo para ler a Bíblia Sagrada; ter coragem para enfrentar as adversidades; meditar e refletir sobre a Palavra; procurar corrigir nossas falhas; retirar de nossa mente os maus pensamentos; ter maior comunhão com Deus; ajudar aos necessitados; ter bom ânimo para não perder a Terra Prometida; não sentir preguiça e prosseguir em frente lembrando sempre que Jesus é a ponte que nos interliga ao Pai.
A rainha de Sabá agiu com sabedoria e não como uma pessoa tola. Por que ela procurou Salomão? Com que propósito? O que a fez viajar 2 mil quilômetros em um meio de transporte tão precário? Por que em seu coração procurava ensinamentos? A resposta é simples: ela queria conhecer não somente Salomão, mas, também, ver a glória do Deus Altíssimo a quem o rei servia.
O que essa mulher representa para nós cristãos e para a Igreja?
Ø  Ordem;
Ø  Disciplina;
Ø  Vontade de conhecer os ensinamentos das Escrituras Sagradas;
Ø  Ânimo;
Ø  Disposição;
Ø  Querer cumprir o que determina o Senhor;
Ø  Sair do comodismo;
Ø  Ultrapassar fronteiras em busca de aprendizagem;
Ø  Correr atrás dos ideais;
Ø  Ter perseverança;
Ø  Não temer;
Ø  Não se deixar influenciar por falsas doutrinas;
Ø  Compreender os planos de Deus para aqueles que Ele escolheu;
Ø  Aprender a superar as barreiras, tomando como referência a Bíblia Sagrada.
Essa atitude agradou a Deus. O próprio Jesus Cristo afirma: A rainha do Sul se levantará no Dia do Juízo com esta geração e a dominará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é mais do que Salomão. (Mateus 12:42).
Jesus usa essas palavras para nos fazer entender que a rainha de Sabá vai se levantar para acusar o povo, inclusive de Nínive. Ela veio de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de Salomão. Mas parece que os mestres da lei e os fariseus continuam pondo Jesus à prova sobre os milagres que por Ele eram realizados. Então, Jesus toma como exemplo a rainha de Sabá, Salomão e Ele mesmo. Salomão era sábio, mas Jesus o supera em tudo e todas as coisas. Por isso podemos dizer que com Cristo seremos mais do que vencedores.
Amém!

Referências:

BÍBLIA DE ESTUDO NTLH. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.
BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida. Ed. 1995. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2004.
Google. Wikipédia. Acesso em 11.11.13

Comentários:
Afra de Souza Lira.
Graduada em Letras; Pós-graduada em Língua, Linguística e Literatura.
Euclides da Cunha-BA. Em 19.11.2013.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

MEMÓRIAS DE UM GANSO



 

MEMÓRIAS DE UM GANSO
Na chácara de dona Liliu havia um lindo casal de gansos muito charmoso  e elegante. Ele, mais imponente do que ela, era dócil somente com sua dona que o chamava carinhosamente de “Menino”.
Em qualquer lugar que estivesse, quando dona Liliu chamava: “Menino”! ele vinha apressadamente com seu andar desengonçado até chegar perto dela. Ele sabia que a cada chamado receberia comida especial. Gostava de milho, mas preferia “comida de panela”. Arroz cozido e alface, não rejeitava em hipótese alguma. Saboreava com a gansa, sua companheira, e não permitia que as galinhas e os pavões participassem do “banquete”.
Subia no colo de dona Liliu e deixava que ela fizesse carinhos alisando e coçando a cabeça, o pescoço longo e o corpo. Era uma ave fantástica! Quando alguém se aproximava, ele descia do colo e corria para bicar. Sua bicada era forte e chegava a ferir o local. Parecia ser ciumento.
Na chácara não havia nenhum cão e nem precisava porque “Menino” cuidava da segurança. Gritava, fazia barulho, batia as asas e, num vôo rasante, atacava a pessoa. Fosse dia ou noite ele estava sempre alerta. O terreiro da casa era o seu território.
Quando estava alegre, balançava a cauda, apressadamente, de um lado para o outro, sacudia o corpo e saía andando todo faceiro.
Dona Liliu trabalhava em uma escola, mas quando chegava a casa o ganso ouvia sua voz e vinha ao seu encontro. Caminhava atrás dela como se fosse um cachorrinho adestrado. Até mesmo quando ela saía nas proximidades lá estava ele seguindo-a. Os vizinhos achavam engraçado e admiravam a “inteligência” de “Menino”. Se algum cachorro aparecesse, ele abria as asas e o enfrentava sem medo.
Gostava também de nadar no pequeno lago defronte da casa. Ali ele mergulhava o pescoço, cantava o seu “quá, quá, quá...” sempre ao lado de sua companheira. Ainda não tinham filhotinhos porque os animais comeram os ovos das duas ninhadas. Esse incidente abalou a família. Todos torciam pelo nascimento de gansinhos. Esse dia era esperado com ansiedade principalmente por dona Liliu, que se sentia “avó”. Na última postura, o ninho havia sido preparado pela gansa com muito cuidado. Estava cheio de plumagens para receber os filhotes que nem chegaram a nascer. Ela continuou ali deitada por algum tempo talvez com a esperança de ter seus ovos devolvidos.
Passado esse período de comoção, tudo voltou ao normal e dona Liliu, deitada numa rede, na área de sua casa, observava o casal de gansos nadando naquele pequeno lago. Ela dizia que essas pequenas coisas alegravam seu coração.
Porém, por ocasião da construção de casas populares do Projeto Minha Casa. Minha Vida, um dos empregados que ali trabalhava, pegou o ganso e comeu. Esse episódio deixou saudades, motivo pelo qual escrevi esse texto em memória do meu ganso estimado.

Autora do texto: Afra de Souza Lira.
Graduada em Letras;
Pós-graduada em Língua Linguística e Literatura.
Fonte da Imagem: Internet.
Euclides da Cunha-BA. Em 12/11/13.