domingo, 17 de junho de 2012

DOIS MODELOS DE CRÔNICAS SOBRE O LUGAR ONDE VIVO


1ª O lugar onde vivo

O lugar onde vivo não é dos melhores, mas sem querer ser dedo duro ou bajulador, confesso que já foi bem pior. É uma cidade localizada no semiárido baiano e tem, aproximadamente, 68 mil habitantes. Seu nome é Euclides da Cunha em homenagem ao escritor do livro “OS SERTÕES”. É um lugarzinho acolhedor e os moradores são hospitaleiros o que faz com que os visitantes sintam-se à vontade e com o desejo de retornarem outras vezes.
            Aqui não existe qualquer tipo de poluição industrial nem chuva ácida. E como poderia existir já que não há fábricas e nem chove? Já a poluição sonora é de estourar os tímpanos. Mas onde não há? Faz parte do chamado “mundo das propagandas” porque inventaram que ela é “amiga do negócio”. E aquelas caixas de som potentes instaladas nos carros, bares e lanchonetes? Durma com uma zoada dessas! Mesmo assim, ainda temos a oportunidade de admirar o jardim, as praças e avenidas a qualquer momento. Crianças, jovens e idosos utilizam esses espaços com segurança, conforto e comodidade desde que o som seja ambiente. As praças são importantes para a criançada brincar, e também para jovens e adultos praticarem esportes.
 Eu e meus amigos, por exemplo, sempre frequentamos o ginásio de esportes ou o campinho do bairro para jogarmos um baba. Mas só tem jogo, no dia em que o meu amigo leva a bola dele.  Nesses lugares ocorrem os encontros e reencontros onde todos compartilham o direito de serem livres e, assim, saírem da rotina e desfrutarem dos tão sonhados dias melhores.
Quanto aos festejos juninos, fazem parte da nossa cultura há várias décadas. Nesse período a cidade fica toda colorida com bandeirolas, fogos de artifícios e outras ornamentações; a maioria da população acende fogueiras (porque fazem parte da tradição) para comemorar o Dia de São João e tudo isso atrai multidões vindas das cidades vizinhas, da capital e de outros estados. A culinária, além de ser variada, é uma delícia. O povo dança no forródromo, nas ruas, bares e onde tiver um som, mesmo que seja mecânico e, ainda que exausto, continua nesse movimento frenético que dura até o sol raiar. É nesse período onde rico e pobre se misturam assumindo a condição de sertanejo “caipira”.
Mas há algum tempo atrás, a cidade não era bonita e a vida dos moradores era muito sofrida. Cresci ouvindo meus pais e meus avós falando como se formou a cidade, o modo de vida da população, as dificuldades enfrentadas quando alguém precisava se locomover para outras localidades, os meios de transportes que eram utilizados na época, energia e distribuição de água que eram fornecidas somente para os moradores do centro da cidade. Através desses relatos percebo que as coisas estão mudando e que todos estão mais felizes.
Em minha memória estão registradas também algumas lembranças de um passado não muito distante, quando eu andava pelas ruas e via a cidade abandonada. Hoje, vejo canteiros de obras por todas as partes, inclusive na periferia, o que torna o ambiente mais harmonioso e com uma qualidade de vida mais saudável para os moradores. Onde antes eu só via “lixo”, hoje eu vejo “luxo”. Esse é o lugar onde vivo.


O lugar onde vivo

            O lugar onde vivo chama-se Euclides da Cunha e fica localizado no interior da Bahia. É uma cidade pequena, mas está passando por grandes transformações. Em todos os lugares vemos canteiros de obras o que faz com que os moradores sintam-se mais felizes.
            Nos terrenos que antes eram abandonados, foram construídas lindas praças, onde jovens e adultos utilizam para se encontrarem, fazerem caminhadas, praticarem esportes. Nos parquinhos infantis as crianças brincam à vontade.
            Tem várias escolas públicas e particulares como também faculdades. O comércio é bastante diversificado. A feira livre, que acontece aos sábados, é dividida em duas partes: no Centro de Abastecimento os feirantes vendem alimentação; nas ruas próximas são vendidas outras mercadorias como: calçados, bijuterias, materiais confeccionados com couro, barro e roupas para todos os gostos e idade. É ali onde as mulheres disputam espaço para fazerem compras. Elas até apelidaram as barracas das roupas de “shopingchão” porque é tudo barato. Eu acho engraçado porque elas se divertem com isso. Parece um formigueiro.
            Aqui também são comemorados os festejos juninos. Mas é no período de São João que o povo fica mais animado. Vem gente de outras cidades e estados para participarem dessa tradição. As atrações se concentram no forródromo. Lá são armados o palco, onde os artistas se apresentam, barracas com bebidas e comidas típicas. A cidade fica toda enfeitada. As luzes se misturam com os fogos de artifício deixando tudo colorido e bem mais bonito. 
            Mas nem tudo é festa porque esse é um lugar castigado pela seca. Quando chove os agricultores plantam feijão e milho, porém não é todo ano que se colhe o que é plantado. Isso acontece porque às vezes chove demais ou falta chuva prejudicando as plantações e causando prejuízos. Até os animais sofrem com a seca e muitos não resistem e morrem. É comum serem alimentados com ração extraída da caatinga como, por exemplo, cacto, mandacaru, sisal palma e semente de algaroba. É possível ver ainda pequenos rebanhos espalhados ao longo das estradas “roendo” alguma plantação como uma tentativa de sobrevivência.
            No subsolo encontra-se o calcário que era extraído por uma grande indústria. Após o seu fechamento, foram instaladas outras duas empresas que exploram essa atividade, como também transformam rochas em britas. Mesmo assim há um equilíbrio entre o homem e a natureza. Esse fenômeno da seca não acontece por causa da não preservação do meio ambiente. Ele se dá devido à localização em que se encontra o município. Mesmo não havendo jazidas de pedras preciosas, o lugar onde vivo é, para mim, uma joia.

           
           
           

quinta-feira, 14 de junho de 2012

CONFUSÃO NO GALINHEIRO


CONFUSÃO NO GALINHEIRO

Dona Carijó foi ao supermercado
Fazer compras para o mês inteiro
Comprou petiscos e bastante milho
Como se fosse para todo o galinheiro.

Não se esqueceu das minhocas
Para seu filhote merendar
Escolheu umas tão grandes
Que o filhote não pôde bicar.

O galo Cocorocó logo se aproximou
Bateu suas asas, cantou e pulou
Para perto de si, a minhoca puxou
Dona Carijó, com o galo brigou.

As aves ficaram inquietas
Disputando aquela isca
A minhoca desapareceu
Sem deixar nenhuma pista.

Pelo sumiço da minhoca
Todos eram suspeitos
Uns acusavam os outros
Que ficavam insatisfeitos.

Houve uma grande confusão
E um detetive foi chamado
Imediatamente apareceu
O doutor que era um pato.

Após dias de investigação
O pato nada descobriu
Dona Carijó, zangada,
O detetive despediu.

Convocou uma assembleia
Para o caso encerrar
E acabar com a odisseia
Que havia naquele lugar.

De repente se levantou
Do chiqueiro um leitão
Que em seu depoimento
Acusou um gavião.

O caso estava esclarecido
Pois foi preso o ladrão
As aves se abraçaram
Com grande satisfação.

Autora do texto: Professora Afra de Souza Lira
Euclides da Cunha-BA., 14/06/2012